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TORNE-SE QUEM VOCÊ É, SIMBA!


O clássico "O Rei Leão" marcou toda uma geração de crianças nascidas entre os anos 80 e 90. Vinte e cinco anos depois, o leãozinho Simba e companhia, voltam em nova roupagem e mais uma vez são sucesso de bilheteria.

Difícil ficar indiferente a certas cenas do filme, como a inesperada morte do rei Mufasa provocada pelo seu próprio irmão Scar (tio de Simba) ou à belíssima amizade estabelecida entre um leãozinho (Simba), um javali (Pumba) e um suricato (Timão).

Mas é sobre uma cena que retrata a jornada de autoconhecimento de Simba que escolhi escrever hoje. Primeiramente, vou transcrever o diálogo entre Rafiki e Simba conforme a animação original (1994) e na sequência, farei uma breve análise psicológica, articulando a ficção com a vida real.

Diálogo entre Rafiki e Simba:

-Rafiki: Mas o que é isso? Haha... O tempo está estranho, você não acha?

-Simba: É, o vento deve estar mudando.

-Rafiki: Ahh... Mudar é bom!

-Simba: É, mas não é fácil. Eu sei o que eu tenho que fazer, mas se eu voltar tenho que enfrentar meu passado. Eu tenho fugido há tantos anos.

[Rafiki bate na cabeça de Simba com seu bastão]

-Simba: Ai! Ei! Que história é essa?

-Rafiki: Não interessa. Está no passado. Hehehe...

-Simba: É, mas ainda dói.

-Rafiki: Ah é, o passado pode doer, mas do jeito que eu vejo, você pode fugir dele, ou... aprender com ele.

[Balança seu cajado novamente em direção de Simba, que desvia]

-Rafiki: Há! Entende? E o que vai fazer?

-Simba: Primeiro, vou pegar o seu bastão.

[Simba agarra o bastão de Rafiki e o joga, fazendo com que Rafiki corra pegá-lo]

-Rafiki: Nanana não, o bastão, não! Ei, aonde vai?

-Simba: Eu vou voltar!

-Rafiki: Isso! Vá logo! Dá o fora daqui!

[Simba corre para sua casa]

Análise da cena:

Após a morte do pai Mufasa, incapaz de lidar com a situação, o leãozinho Simba foge para além das terras do reino.

Sozinho e se sentindo culpado, é acolhido por Timão e Pumba que lhe ensinam a filosofia do Hakuna Matata (viver sem preocupação).

Já adulto, reencontra Nala, que conta que o reino está devastado, precisando que ele assuma o seu lugar de rei.

Para prosseguir com aquilo que estava destinado a fazer, é preciso que ele percorra um caminho de autoconhecimento, autoaceitação e responsabilização.

É com Rafiki que Simba inicia o processo de retorno.

O sábio babuíno questiona se ele sabe quem realmente é. Não responde às perguntas de Simba, mas instiga-o a olhar mais profundamente para dentro de si, entrando em contato com a sua própria história.

A partir daí, o filme mostra, como em um processo psicoterapêutico, que é possível elaborar perdas, aprender com o passado e ultrapassar as dificuldades, ressignificando a vida, tornando-se um leão forte e com voz.

REFERÊNCIAS

O REI LEÃO. Walt Disney Clássicos. DVD, duração 89 min, cor, livre.

O REI LEÃO 2. Disponível em: https://cinepop.com.br/o-rei-leao-2-live-action-vai-ganhar-sequencia-219978

SIMBA E RAFIKI 1994 e 2019.

Disponível em: https://www.pinterest.cl/pin/784752303795732163/

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