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Breves considerações acerca do autismo


No dia 2 de Abril comemora-se o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, a data foi instituída pela Organização das Nações Unidas em 18 de Dezembro de 2007.

O termo autismo foi usado pela primeira vez em 1907 por Eugen Bleuler, após uma divergência teórica entre Carl Gustav Jung e Sigmund Freud. Derivado do grego autos (de si mesmo), foi usado para designar o ensimesmamento psicótico do sujeito em seu mundo interno e a ausência de qualquer contato com o mundo exterior, inclusive em relação a fala. Em 1953, o psiquiatra norte americano Leo Kanner (1894-1981), revolucionou os estudos e tratamento de crianças ao descrever um quadro clínico diferente do da esquizofrenia infantil e encarou o autismo como uma deficiência psicogênica, caracterizada por uma incapacidade da criança, desde o nascimento, de estabelecer contato com seu meio. Desta época para cá, muitas abordagens a respeito do tratamento do autismo aconteceram. Uma delas foi o enfoque descritivo que vem através dos Manuais de Diagnóstico dos Transtornos Mentais. Em sua versão mais recente (2013), o DSM-V engloba diversas patologias no que denomina de Transtornos do Espectro Autista. Resumidamente, o que caracteriza o TEA seriam as dificuldades de comunicação e social e os comportamentos repetitivos. Apresenta dificuldades associadas ao comprometimento intelectual, sintomas psiquiátricos, transtornos de ansiedade e depressivos, além de TDAH, assim como dificuldades na alimentação e no sono e também na aprendizagem em geral e coordenação motora. Manifestações do TEA também variam muito dependendo da gravidade da condição autista, do nível de desenvolvimento e da idade cronológica, daí o uso do termo espectro.

Diante de todas as tentativas de abordagem e tratamento do autismo, devemos nos ater a questão justamente das diferenças entre cada indivíduo e entre cada sujeito. Sendo assim, o tratamento mais adequado para cada criança deve ser buscado sempre em conjunto, família – escola – saúde. Quando me refiro ao termo “saúde”, quero deixar bem claro que o tratamento do autismo, assim como de muitas patologias consideradas mais graves, deve ser sempre multidisciplinar. Para um bom desenvolvimento das crianças autistas, vamos contar com médicos neurologistas ou psiquiatras, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos. Também é de fundamental importância o olhar e a atuação dos pedagogos e de professores treinados para o trabalho com estas crianças. E claro, o envolvimento

da família vai também proporcionar o melhor desenvolvimento de cada criança. Não podemos desconsiderar a dinâmica e o envolvimento de cada família com o tratamento dos pacientes. Também é importante ressaltar que o tratamento não tem prazo determinado para acabar e que deve ser permanentemente realizado. Quanto mais cedo a intervenção acontecer, maiores serão as chances de tratamento.

Por fim, o ponto fundamental de nossa visão sobre o autismo. As particularidades consideradas contraditórias, suas relações excepcionais com a linguagem, sua relação com o outro, os objetos e o próprio corpo são fundamentais para o tratamento de cada individuo. Não vamos tratar os sintomas mas a pessoa, com todas as suas variações e particularidades. A criança com autismo, embora encontre algumas dificuldades na vida prática, continua sendo uma criança. O sofrimento advindo de um diagnóstico não pode servir como forma de esconder ou eventualmente subjugar o potencial de uma criança. Por isso estamos todos juntos, neste dia mundial da conscientização do autismo.

REFERÊNCIAS

ROUDINESCO, Elisabeth & PLON, Michel. Dicionário de psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.

DSM-V. Manual de Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais 5.ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2014.

http://autismo.institutopensi.org.br/informe-se/sobre-o-autismo/historia-do-autismo/

https://www.psicologiasdobrasil.com.br/breve-historico-sobre-o-autismo/

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